Acompanhando meus clientes durante as sessões de renascimento percebo a dificuldade que muitos deles apresentam na inspiração e/ou na expiração.

Refletindo sobre isso me dei conta de que o nascimento nos proporciona nosso primeiro movimento solo (com a inspiração), vez que nossas mães não podem mais fazer isso por nós. E, assim, dizemos SIM para a vida. E como movimento derradeiro, experimentamos uma profunda e despretensiosa expiração, pondo fim a experiência corpórea com um novo SIM, desta vez para a morte.

Inspirar é viver. Expirar é morrer. E durante o segmento de reta existente entre vida e morte, vivemos e morremos um pouco todos os dias, o tempo todo. Inspiração e expiração caminham juntas e dançam umas das mais belas e íntimas danças que eu conheço. Mas esta dança é realmente sublime quando tenho pacificados e harmonizados dentro de mim o viver e o morrer.

Mas como será que eu lido com isto no meu dia a dia? Para saber a resposta, é bastante simples. Primeiro, basta que eu me pergunte o quanto de Vida tenho estado disposto a trazer para dentro de mim, diariamente, o tempo todo. Com qual potência consigo dizer: “eu por mim mesmo”? Será que caminho sempre a esperar que alguém, de alguma forma, se responsabilize por mim e por minhas necessidades? Ou estarei eu no extremo oposto, passando pelo mundo feito um rolo compressor? Em seguida, indago: e com a Morte, como tenho lidado? Como será que consigo lidar com minha primeira e mais dolorosa separação, a separação de minha mãe, com a morte do cordão umbilical? O quão entulhado estou de coisas, emoções e pensamentos? Ou será que o que experimento é justamente um excessivo deixar ir, em que nada nem ninguém consegue se mantido em meu caminhar?

A forma como inspiro e expiro revela exatamente a maneira com que ando experimentando e passando pelo mundo. Observe como este casal inspiração/expiração anda dançando dentro de você. Qual o ritmo atual? Já foi diferente alguma vez? E se pudesse ser diferente daqui para frente, você gostaria? Assim como qualquer casal que convive há muito tempo, a inspiração e a expiração também podem e merecem ser ajudadas na sua harmonização. E a Terapia da Respiração Consciente (Renascimento) costuma ser altamente eficaz nisso. Pense nisso

Boa integração!

João Rodríguēs

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